3 de outubro de 2017

Sofro de despersonalização e agora?

Hoje venho com uma história verídica e contada por um amigo meu.





Olá, meu nome é Vinicius e eu com quatorze anos sofri um grave episódio de bullying.
Desde que comecei a estudar pessoas começavam com insultos e palavras que me deixavam muito mal, eu já fui empurrado de um barranco, já levei socos e você deve pensar, o menino devia ser um “inferno” então, porém não! Eles tinham o prazer de me ver mal, chorando e sozinho, já ouviu a palavra Ódio Gratuito? ERA PIOR!
Anos passaram e eu estava no primeiro colegial, só tinha um amigo e as pessoas continuavam a se aproveitar da situação, porém um dia na aula de educação física me chamaram de bichinha, viado e entre outras coisas, pois  não fui jogar bola, como era padronizado, “meninos jogam bola e meninas xadrez” confesso que nunca me importei com isso, pois tenho o maior respeito à comunidade LGBTT, possuem o coração e a alma cheia de luz e amor ao próximo. 
Porém, eu naquele dia decidi responder as alegações e no momento me senti muito feliz que tinha conseguido me libertar daquele sentimento de raiva e sinceramente? Foi a pior decisão que tomei, o colega me ameaçou e ao sair da escola apanhei até minha casa por quatro pessoas que o próprio covardemente contratou. 
Cheguei sangrando em casa e fiquei meses sem ir para a escola traumatizado com o acontecimento.
Fui a vários psicólogos, até psiquiatra para curar o meu episódio “depressivo” e não conseguia fazer nada, estive no fundo do poço. Após meses após um tratamento consegui levantar da cama e comecei a pesquisar sobre o que pode ter acontecido e infelizmente não foi nada agradável. 
Todas as minhas pesquisas indicavam um misto entre Transtorno Bipolar e Psicose Maníaco-Depressiva, porém ao decorrer dos anos, sinto que ainda sofro com aquele episódio, ficaram sequelas na alma e infelizmente possuo dificuldade em me relacionar com as pessoas, sinto muito medo e descobri que tenho um problema que foi desencadeado após o acontecimento, infelizmente ele é confundido com muitos problemas de alteração de humor ou algo parecido, porém trata-se de Desrealização-Despersonalização, alguns sites definem como: “o mundo parece irreal e um vácuo de emoções”, “consiste em sentir-se desligado de si próprio, um estranhamento de si mesmo e enxergar o mundo como estranho e irreal”, “se sentem desconectados de seu corpo e do mundo ao seu redor”. Infelizmente as definições se enquadram no que vivi, após os acontecimentos de bullying e o pior que já sofri no colegial, passei por viver desconectado comigo mesmo, é uma sensação de estar sendo comandado por alguém e ao mesmo tempo ver tudo e não conseguir fazer nada para o impedimento, gritar por ajuda e não ser atendido, é um sentimento muito ruim e quando estou ao extremo estresse o meu cérebro naturalmente já desenvolve a despersonalização e me desconecto de tudo e de todos, considero um episódio de “anestesia”, porém atualmente já consigo me controlar, ficar poucos dias ao invés de semanas, só preciso sentir que estou vivendo num mundo real, coisas comuns que despertem a realidade como por exemplo “receber uma carta” e perceber que você pediu aquela carta no mundo real.

Informações de utilidade:

A sensação de que o que você está vivendo não é real, uma sensação estranha, como se seus olhos enxergassem um mundo sem verossimilhança. É sentir que você está vivendo dentro de um sonho ou filme. Esse é o principal sintoma de desrealização ou despersonalização. Uma doença que aflige inúmeras pessoas e elas nem sabem disso.
O psiquiatra Galeano Alvarenga, “o indivíduo tem uma sensação de ser um observador externo dos próprios processos mentais e do próprio corpo. Há também o sentimento de anestesia sensorial […] e alteração na percepção” (as pessoas parecem “estranhas” ou “mecânicas”). O indivíduo se sente separado do próprio corpo, em outras palavras.
A pessoa pode adquiri-la através de outros problemas como, depressão, transtorno bipolar e de personalidade, além de esquizofrenia. Ou pode adquiri-la naturalmente, com situações de ansiedade ou através de traumas vividos, tanto físicos quanto psicológicos. A mente pode simplesmente se dissociar da realidade, como um mecanismo de defesa no caso de um conflito interno muito intenso.


Dificuldade de se relacionar:

Desrealização é realmente muito sério, os portadores do problema por mais que tentem não conseguem ter uma relação boa com o mundo ao redor, seja com estranhos ou com os mais próximos.
O despersonalizado sente dificuldade de mostrar carisma, sentimentos ou empatia com os outros, tornando as relações pessoais mais complexas e assim agravando a situação. Ele busca manter-se isolado, apresenta uma necessidade de refúgio e certo desespero com relações sociais pouco desejadas, como festas e gente desconhecida.
Em alguns casos graves o despersonalizado pode cometer suicídio de um jeito calmo e tranquilo por não compreender a realidade ao seu redor.
Separado do próprio corpo
A doença cria inúmeras sensações, como estado de apatia, desligamento do mundo e consciência de uma realidade errada.

Principais sintomas:
Ter consciência de que a realidade parece “errada”;
Sensibilidade a luz e som;
Sentir que o próprio corpo aumenta e diminui em certos momentos (síndrome de Alice no País das Maravilhas);
Estado de apatia constante, desligamento do mundo, introspecção (a pessoa fica distraída por muito tempo e nem se dá conta do tempo passar, como se fosse um estado de limbo);
Acreditar que objetos imóveis podem se mexer.

Agravantes da Despersonalização:
Drogas ilícitas como maconha, ecstasy;
Drogas lícitas como nicotina e cafeína;
Isolamento, introspecção;
Estresse;
Multidões (a pessoa sofre muitos estímulos visuais, auditivos, olfativos, táteis);
Situações fora de rotina e fora da zona de conforto (a pessoa não sabe lidar em alguns momentos com pessoas ou situações sociais).

Atenuantes da Despersonalização:
Exercícios físicos regulares e moderados;
Provocar dor em si mesmo, como beliscões (nunca automutilação);
Sexo (a experiência com outra pessoa ajuda a sentir a realidade, além do estado de prazer que vem depois);
Olhar no espelho;
Buscar apoio religioso;
Álcool (o alcoolismo é um problema, mas o consumo moderado e não regular de álcool inibe o córtex pré-frontal e diminui os sintomas dissociativos);
Relações sociais.

Creditos: Vinicius, o dono dessa historia contada por ele mesmo,que foi tão sofrida o quanto.
Mas hoje ele esta bem,encontrou pessoas boas que estão ao lado dele,como eu por exemplo.
E eu quiser trazer essa historia a vocês,pois a maioria talvez não conhece mais possa conhece daqui pra frente.

Bom tomara que gostem
Beijos ate a próxima 
Tchau..

6 comentários:

  1. Nossa, isso é algo que deviamos falar sempre. Amei seu Post, continue assim. Bullying é algo tão comum e tão inaceitável neh.

    ResponderExcluir
  2. Ou, todo bom?
    Como eu nunca tinha ouvido falar? Seu post é super necessário, tem que ser muito falado, imagina o tanto de pessoas que precisam saber? 😀

    ResponderExcluir
  3. MDS
    Eu nunca tinha ouvido falar disso :o
    Já pesquisei sobre diversos transtornos psicológicos, mas essa é a primeira vez que ouço falar deste '-'

    Fico feliz que seu amigo esteja melhor agora <3

    ResponderExcluir
  4. Caraca, um assunto de que deveria ser tratado sempre né? Fico feliz por seu amigo estar beeem melhor agora ❤

    ResponderExcluir
  5. Eu já sofri de bullying e sei como é ... até mesmo a própria família me faz passar e passo por isso até hoje. é dolorido , sofrido, mais temos que ser forte e ter fé. . que bom graças a deus seu amigo está bem ... e que você continue do lado dele pois é importante. bjs e parabéns pelo post

    ResponderExcluir
  6. Nossa! Espero que ele realmente esteja bem e que procure ajuda profissional e continue se tratando!
    Somente um bom profissional pode ajudá-lo! Boa sorte para o seu amigo!
    Obrigada por compartilhar!
    Beijos!
    Lú - Blog Eu fico linda

    ResponderExcluir

 
COPYRIGHT © 2017 WWW.CANTINHODAAAMANDA.BLOGSPOT.COM.BR